sexta-feira, 1 de maio de 2015

O tal beijo de Babilônia. Minha opinião...




O público viu um beijo ardente de duas mulheres em 2011, no SBT, em “Amor e revolução”. Mas primeiro beijo gay numa trama das 21h da Globo, e que parou o país, foi em “Amor à vida”. A sequência com Thiago Fragoso e Mateus Solano só aconteceu no capítulo final, cercada de suspense até o último minuto. Pelo visto, de lá para cá, algo mudou. Fernanda e Nathalia encerraram o assunto logo na estreia, sem tensão. Agora é torcer para que chegue um dia em que isso caia na mais absoluta naturalidade. Acredito eu que uma pulsação toma conta de todo mundo, sem exceções, quando o assunto é o tão polêmico Beijo Gay. É de suma importância essas ‘aparições’ em novelas, filmes e seriados que procuram retratar a realidade nua e crua. Ainda no século XXI presenciamos cenas de homofobia, violências contra homossexuais, o preconceito está em alta quando na realidade deveria ser banido da sociedade. A grande atriz Nathália Timberg, da qual sou mega fã, disse algo e é a pura realidade: "Hoje em dia todos somos livres e apesar de muito banalizado e vulgarizado, o amor é uma coisa bonita. Não importa se é entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Nosso objetivo é mostrar para as pessoas o lado humano do amor e não esse amor de agora onde as pessoas resolveram levar suas camas para os jornais". No entanto, se analisarmos a cena após a emoção de ter assistido a um marco na história da teledramaturgia brasileira, podemos avaliar com mais nitidez o quanto avançamos e o quanto ainda temos que avançar para uma mídia realmente igual e diversa. Ao observar qualquer cena deste tipo em novelas, constatamos que o beijo entre pessoas do mesmo sexo não teve o mesmo calor dos beijos entre personagens heterossexuais, constatação que está longe de querer heteronormatizar o beijo, ou estereotipar a homoafetividade, mas sim de promover a equidade do espaço televisivo às orientações sexuais e, mais ainda, às identidades de gênero. Contudo, o beijo retratado em rede nacional, na maior e não menos conservadora emissora do país, é uma conquista dos que sempre lutaram pelos direitos da população LGBT. Comemoremos o beijo! A possibilidade da existência deste beijo é importante, mas que só valerá se vier acompanhada de um debate sério sobre o novo marco regulatório das comunicações no Brasil, e fazendo assim a banalização de quaisquer tipos de preconceitos.

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