quarta-feira, 1 de julho de 2015

Alessandra Cariucha: “Quero ser a nova Beyoncé do Brasil!”

Alessandra Cariucha
Ela tem 25 anos, virginiana, foi coroada “Garota da Laje” mesmo sem ter ganhado o concurso. Atualmente participa da Websérie “Donas da Favela” ao lado de MC Trans e Romagaga.  Dona de uma personalidade muito forte, Cariucha nos concedeu uma entrevista bastante animada e descontraída. Confira:

L.F.: Cariucha, de onde surgiu essa vontade de cantar?

A.C.: Na verdade eu vim do gospel, meu pai é pastor da Igreja Assembleia de Deus. Desde sempre gostei de cantar. Na igreja é normal isso, a gente aprende a tocar instrumentos, cantar.

L.F.: E o funk como surgiu em sua vida?

A.C.: Como dizem que em toda família tem uma ovelha negra, eu posso dizer que eu sou uma. Afinal venho de uma família evangélica, e sempre fui apaixonada por funk, fugia de casa para ir aos bailes da “Furacão 2000”, e sempre tinha que ir escondida. Já imaginou se meu pai, pastor, descobrisse isso? (risos)

L.F.: De onde veio o título de “Garota da Laje”?

Entrevista para uma programa de TV
A.C.: Eu me inscrevia muito em concurso, e então resolvi participar deste que estava tendo aqui no Rio de Janeiro. Acabei não ganhando oficialmente, mas graças a repercussão obtida no youtube (clique aqui) devido a uma reportagem do “Profissão Repórter” da TV Globo, o dono do concurso, juntamente com o público, acabaram me nomeando. Para mim foi maravilhoso e justo. A voz do povo é a voz de Deus.

L.F.: Você que hoje integra o elenco da websérie “Donas da Favela”, houve alguma preparação?

Cariucha, Romagaga, MC Trans
Elenco de "Donas da Favela"
A.C.: Quando tinha 14 anos fiz um curso de teatro básico, mas tive que abandonar pelo fato do meu pai não querer essas coisas mundanas na família. Tudo que fiz na minha adolescência teve que ser de forma muito oculta, escondida. Sobre a websérie,  decidimos seríamos nós mesmas, cada uma com sua característica própria.  A MC Trans e a Romagaga já são caricatas por natureza, eu não fico para trás, então seguimos um roteiro que o público acaba mandando em recados, e gravamos. Tudo muito espontâneo.

L.F.: Você se considera uma artista completa?

A.C.: Olha, posso dizer que sim. Eu canto, danço, toco. Sempre procuro aperfeiçoar mais e mais. Venho de uma família de músicos, meu pai, minhas três irmãs, meus sobrinhos todos cantam e tocam algum instrumento. É uma coisa que veio no DNA. Depois que fui expulsa de casa (risos)  me senti ‘livre’ para fazer realmente aquilo que queria. Dancei muito, e ainda danço, cantei e canto e isso me deu uma certa bagagem para me preparar.

L.F.: Como tem sido a receptividade das pessoas que têm acompanhado a websérie?

Foto divulgação do concurso
"Garota da Laje"
A.C.:  A receptividade tem sido bacana. As pessoas me falam que estão gostando. É muito bom receber este carinho.

L.F.: O público LGBT, tem apoiado?

A.C.:.: Nossa, e como! (risos). Eles sempre me apoiaram em tudo! Os amo incondicionalmente. Desde a época que a matéria do “Profissão Repórter” foi ao ar, eles me abraçaram e estão comigo até hoje.

L.F.: Pelo fato de ter vindo de uma família tradicional, e ainda por cima evangélica, houve preconceito quando você resolveu entrar no mundo do funk?

A.C.:  Houve sim muito preconceito. Como disse, fui expulsa de casa ainda menor de idade. Falavam que eu estava ‘possuída’ pelo demônio (risos) , mas hoje temos contatos, tudo passou. Sou muito unida a minha mãe, meu pai acabou se acostumando, e de vez em quando até vou a igreja fazer uma visita. (risos).

L.F.: Qual novidade você tem para o segundo semestre?

A.C.: Vou estampar as capas dos DVD’s da equipe do “Funk Frenético, inclusive essa foto que está aqui é exclusiva, (risos), fora isso, vem ai a minha música e meu vídeo clip que estão vindo com tudo, vão ter muita coisa bem do estilo “Beyoncé”, e está sendo produzido pela MC Trans em parceria com outra produtora. A música é de autoria do MC Douglas.

L.F.: Já te confundiram com travesti? Isso te incomoda?

Paulo Menezes (carnavalesco Porto da Pedra), Cariucha e o estilista
Beto Neves.
A.C.: Olha depois da websérie ficou pior (risos), eu não me incomodo! Sinal que o trabalho está sendo feito de forma legal e bacana. Para você ter noção, alguns amigos de ex-namorados meus, questionavam aos meus ex se eu era trans. Eu me divirto!

L.F.: O que você faz para manter o corpo?

A.C.: Faço muita dança, como muita coisa natural, não sou muito adepta de musculação. Tomo bastante colágeno, gelatina... Coisas bem simples (risos).

L.F.: Qual recado você deixa para os leitores?


A.C.: Primeiro quero agradecer ao Blog pelo espaço, pela entrevista... E aos meus seguidores, aos seguidores da websérie, podem aguardar que muita coisa boa vem por ai! Obrigado pelo carinho de todos. Beijos!

Quem quiser acompanhar a websérie "Donas da Favela"clique aqui

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